contato@abradimex.com.br
(11) 2385-5860

ABRADIMEX lidera movimento para reforçar a segurança das compras de medicamentos via portais

Investigação sobre falsificação de medicamento contra câncer. Assim que foi informada da suspeita, a Unimed Porto Alegre trocou o medicamento e avisou a polícia e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A operadora de saúde emitiu um comunicado em que afirma ter seguido todos os trâmites legais para adquirir o produto e informa que a aquisição foi feita por meio de um reconhecido portal de compras.

Mas o que aconteceu, então?

Esse episódio traz à tona um grave risco à saúde pública que vem sendo apontado pela ABRADIMEX há tempos: é preciso garantir a origem dos medicamentos comercializados por meio de portais digitais de compras. Segundo o presidente do Conselho da ABRADIMEX, Marcos Marques, atualmente os fornecedores interessados em vender insumos hospitalares, entre eles medicamentos de alto custo, têm de fazer apenas um cadastro nos portais.

“No caso de medicamentos, não é exigida nenhuma comprovação de que o fornecedor está autorizado pelo laboratório fabricante a vender o produto. Isso é uma fragilidade que atrai criminosos, pois facilita a distribuição de medicamentos roubados ou falsificados, principalmente os especiais e excepcionais, que são de alto custo e destinados a tratamento de doenças graves, como câncer, aids, hepatites, além de anestésicos, colocando em risco a segurança dos pacientes que irão usar os remédios”, alerta Marques.

Ele destaca ainda que, em geral, os compradores – ou seja, hospitais, clínicas e operadoras de saúde – desconhecem o problema, mas precisam ser alertados de que esse risco existe e de que não se pode considerar apenas o menor custo na aquisição de medicamentos especiais e excepcionais. “Desconfie de preços muito abaixo da maioria dos demais fornecedores. É um forte indício de que há algo errado”, observa Marques, lembrando que esteve na Anvisa e na CMED para tratar desse assunto no ano passado, e também esses órgãos desconheciam essa questão.

Ação de criminosos prejudica toda a cadeia de medicamentos

Na busca de uma solução para esse problema, a ABRADIMEX realizou no dia 8 de março uma reunião com os representantes de um dos principais portais de compras de insumos hospitalares, com a presença da executiva de compliance e corregedora da Interfarma, Maria José Fagundes.

“Alertamos, mais uma vez, para o problema e pedimos uma solução. Na nossa visão, que é compartilhada com a Interfarma, os portais precisam entender que são corresponsáveis nas transações de compra e venda e, por isso, devem exigir dos fornecedores de medicamentos uma comprovação de seu credenciamento pelo laboratório. Os distribuidores credenciados têm plenas condições de comprovar a origem dos medicamentos que vendem”, afirma o presidente executivo da ABRADIMEX, Paulo Maia.

Segundo ele, o caso da falsificação do anticâncer no Rio Grande do Sul comprova essa necessidade, já que a operadora de saúde afirmou em comunicado que fez a aquisição por meio de um portal. “Precisamos coibir a atuação desses criminosos cuja ação prejudica toda a cadeia de medicamentos, principalmente os pacientes, que correm sério risco ao consumir medicamentos falsificados ou roubados”, afirma Maia.

Os medicamentos roubados, embora sejam originais, não apresentam qualquer garantia de boas práticas de acondicionamento, transporte e armazenamento, colocando vidas em risco assim como os falsificados. “Vamos continuar alertando para a necessidade de criar mecanismos de defesa da cadeia de medicamentos e dos pacientes, envolvendo órgãos reguladores e os hospitais”, conclui o presidente executivo da ABRADIMEX.