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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai definir quem vai desenvolver o software

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) está em processo de contratação da empresa que desenvolverá o software do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que permitirá rastrear toda a movimentação dos medicamentos, desde a produção até a entrega para consumo.

De acordo com a assessoria de comunicação da ANVISA, o processo de implantação do SNCM prevê a análise dos resultados de uma fase experimental, quando poderão ser discutidos e solucionados os problemas que surgirem nesse processo. O prazo para a completa implementação do sistema é de dois anos.

Maior segurança para o consumidor

Na opinião de Fábio Gomes, diretor da DHosp – empresa associada à ABRADIMEX –, a implantação do SNCM vai refrear furtos e a receptação de produtos. “Será coibida a cadeia de desvios ou furtos, tendo em vista que será evitado que outras empresas adquiram produtos sem procedência. E se o fizerem, poderão responder perante a lei por receptação de produto desviado ou furtado”, afirma.

Segundo ele, o sistema de rastreabilidade é bom para a indústria, para os distribuidores e para o paciente, que recebe o medicamento sabendo que foi obedecido o necessário controle de qualidade em toda a cadeia.

Cyntia Aguiar Dias, farmacêutica responsável da MedComerce – distribuidora de medicamentos, também associada da ABRADIMEX –, concorda com Fábio, lembrando que a rastreabilidade traz benefícios também para o consumidor. “Produtos com a sua procedência assegurada por sistemas e ferramentas dão ao consumidor a certeza de estar escolhendo o melhor para a sua saúde e segurança”, afirma.

O SNCM permite saber onde está cada unidade específica de um medicamento, detectando eventuais duplicidades, falsificações, adulterações, roubos e contrabando. “Além disso, fortalece mecanismos de fiscalização e reduz gastos do sistema de saúde do país”, observa Cyntia.

O gerente de qualidade da BioHosp Produtos Hospitalares, Rodrigo de Castro, empresa também associada à ABRADIMEX, lembra que essa preocupação com a rastreabilidade iniciou-se a partir da norma RDC nº54/2013, a qual determina a criação de mecanismos e procedimentos para rastreabilidade através de serialização dos produtos farmacêuticos. Nesse sentido, toda a cadeia deverá se adequar a uma nova realidade em que cada medicamento produzido terá sua própria identidade, isto é, um número único de série.

Empresas preparadas

Enquanto aguardam as definições da ANVISA, algumas empresas já estão se preparando para a implantação do SNCM. A DHosp já fez um piloto com alguns laboratórios para testar o sistema de controle, colocando um selo próprio em 2 D nos produtos distribuídos. “Toda a nossa carga já é rastreada, tem controle de rastreabilidade próprio”, informa Fábio.

A MedComerce, segundo Cyntia, também já trabalha com um sistema de rastreabilidade capaz de identificar produtos e lotes de mercadoria que a empresa recebe e distribui. “Agora, estamos nos preparando para atender à nova legislação”, informa.

Para Cyntia, o grande desafio, agora, é implantar o SNCM em todos os elos da cadeia de medicamentos em nível nacional. “É preciso envolver não só as distribuidoras, mas também os hospitais, clínicas, centros de saúde e drogarias em todo o país”, ressalta.

Na avaliação de Fábio Gomes, o maior desafio é ter uma linguagem unificada de TI para que os softwares utilizados nos vários elos da cadeia possam se comunicar, receber e transmitir informações.

Rodrigo de Castro reforça que, apesar de o processo de serialização acontecer na indústria de origem do medicamento, os demais elos da cadeia precisarão investir em tecnologia que permita a assimilação desse número único de série, chamado Identificador Único de Medicamento (IUM), em seus respectivos sistemas, permitindo, assim, que as informações de cada produto sejam facilmente transmitidas à medida que seguirem seu curso.

Dessa forma, de acordo com Castro, o controle dos medicamentos, que até então era feito basicamente por meio de lotes, passará a ter uma eficiência consideravelmente maior, trazendo inúmeros benefícios, como a segurança para o paciente já mencionada e ao longo de toda a cadeia envolvida na utilização de medicamentos, como hospitais, órgãos públicos, clínicas, drogarias e distribuidoras de medicamentos.

 

Editora Conteúdo/Inês Caravaggi