
Um estudo conduzido pela Deloitte, a pedido da ABRADIMEX, analisou a logística de distribuição de medicamentos no Brasil. A pesquisa mostrou que a distribuição farmacêutica alcança todas as regiões do país, com maior concentração no Sudeste e Sul. Cerca de 80% dos deslocamentos são feitos por transporte terrestre e 20% por via aérea.
Os centros de distribuição estão em 56 cidades estratégicas, próximos a rodovias e aeroportos. “Cada CD atende, em média, 45 municípios, com variações em função de fatores como extensão territorial e infraestrutura de transporte”, disse o presidente-executivo da ABRADIMEX, Paulo Maia.
O estudo destacou também que 71% dos medicamentos de referência, similares e genéricos precisam de refrigeração. “O custo do transporte no Brasil pode se elevar ainda mais devido à vasta extensão geográfica e à variação climática, agravada pelo aquecimento global. Mas esse panorama só reforça a função estratégica exercida pelas distribuidoras”, acentuou Maia.
A segurança foi apontada como um dos principais desafios. Embora os produtos farmacêuticos representem apenas 2% das cargas roubadas, eles são visados pelo alto valor agregado. O estudo mostrou que 85% dos roubos ocorrem no Sudeste, e os custos com segurança subiram até 60% em alguns casos. “Os empreendedores arcam com a elevação do frete de 5% a 10% em zonas de risco, encarecimento do seguro e alto investimento na adoção de carros blindados, escolta e tecnologia de segurança”, disse o presidente-executivo da ABRADIMEX.
Apesar disso, um levantamento paralelo da nstech mostrou que o roubo de cargas no Brasil caiu 32% em 2024, resultado de investimentos em tecnologia e inteligência de dados aplicados à segurança logística.